Dom Oscar Romero buscou salvar seu povo

O bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, presidiu missa na noite de ontem, dia 24, em memória da morte do arcebispo salvadorenho, dom Oscar Romero, assinado há 34 anos, durante a Guerra Civil de El Salvador. A celebração acontece desde 2010 a pedido da Embaixada de El Salvador no Brasil. O assessor político da CNBB, padre José Ernanne Pinheiro, concelebrou a Eucaristia.

A embaixadora de El Salvador no Brasil, Rina del Socorro Angulo Rojas, falou, no início da celebração, sobre três fatos importantes em relação a dom Oscar Romero. O primeiro foi a retomada do processo de beatificação do bispo, pelo papa Francisco. O segundo refere-se aos bispos do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), que fizeram memória aos clérigos latino-americanos vítimas da perseguição por causa de sua preferência pelos pobres. Por último, Rojas contou a atitude do presidente de seu país, que colocou uma placa comemorativa no aeroporto com o nome de dom Oscar, reforçando que ele foi a “voz do Senhor no momento mais difícil da história recente” de El Salvador.

Na homilia, dom Leonardo recordou a primeira leitura (2 Reis 5, 1-15) em que a serva de Naamã não se esquece das raízes e indica que seu amo vá até o profeta para ser curado da lepra. Para ele, dom Oscar não esqueceu das raízes da fé e sempre buscou salvar o seu povo. “Procurou sempre indicar uma luz, um caminho, não temendo a própria vida”, ressaltou.

Ao comentar o Evangelho (Lucas 4, 24-30), em que Jesus passa no meio dos que queriam atirá-Lo do precipício, dom Leonardo afirma que o bispo salvadorenho abriu caminhos com a própria vida e até hoje abre novos. “Com a própria vida abriu caminhos e nós achamos que com a morte terminou, não. Ele continua hoje abrindo tantos caminhos. Até colocaram uma placa para todo mundo poder dizer ‘entramos aqui numa história de um povo, de uma vida’”, enfatizou.

Dom Leonardo ainda destacou os pequenos gestos de dom Oscar Romero para salvar seu povo, como a reconciliação, o gesto de estender a mão, para que o povo consiga reconciliar-se. Nos gestos, segundo dom Leonardo Steiner, é onde os pobres são vistos, atendidos e reintegrados na sociedade.